A Engenheira Ambiental e Engenharia Ambiental e Sanitária são profissões voltadas para o desenvolvimento sustentável, integrando os ambientes naturais, construtivos e operacionais, com vistas a projetar e planejar soluções tecnicamente sustentáveis (ambiental, econômica e socialmente), a partir da visão que este profissional tem sobre os impactos ambientais não somente como passivo, mas também como oportunidade de criação de novas estratégias referentes aos recursos naturais e seus mecanismos de obtenção, utilização e descarte e reinserção.
Em ambientes hospitalares, as capacidades dos engenheiros ambientais e engenheiros ambientais e sanitaristas são aplicáveis na elaboração de projetos que envolvam matrizes ambientais (água, solo, atmosfera, esgoto, resíduos), possíveis impactos ao meio ambiente, além de poder contribuir substancialmente na elaboração de outros projetos não específicos de meio ambiente, mas que, de alguma forma interajam com aspectos ambientais ou gerem impactos, e ainda na gestão estratégica da instituição.
Em sua atuação em EAS, o engenheiro ambiental e o engenheiro ambiental e sanitarista necessita terem acesso a todos os ambientes, inclusive fechados (UTI, isolamento etc.), e interagir com os gestores da unidade e equipes de manutenção, CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar), gerência médica, gerência de enfermagem, serviços de diálise (que necessitam de água ultrapura), laboratórios etc.
Todas as atividades desenvolvidas nos EAS geram algum impacto ambiental, por menor que seja o seu grau, como, por exemplo a geração de resíduos comuns. Mas, na maioria das vezes, principalmente em hospitais, que prestam atendimento mais completo e, portanto, exercem atividades mais complexas, podem ocorrer mais passivos ambientais, como:
Atividade/Setor | Passivo |
Todas | Geração de resíduos sólidos comuns e efluentes. |
Enfermarias | Geração de resíduos infectantes, perfurocortantes, efluentes |
Cirurgias | Geração de resíduos, infectantes, perfurocortantes, efluentes |
Geração de energia | Resíduos de óleo, possibilidade de derramamento |
Laboratórios | Geração de resíduos, químicos (produtos químicos, reagentes), infectantes (amostras de material biológico, microrganismos isolados para vacina), perfurocortantes, efluentes, emissão de gases provenientes de estufa, autoclave, capela etc. |
Radiologia | Geração de resíduos químicos (revelador e fixador), infectantes, perfurocortantes, efluentes |
Central de Material de Esterilização (CME) | Geração de resíduos, químicos (produtos químicos), infectantes (materiais contaminados utilizados em procedimentos), perfurocortantes, efluentes, emissão de gases provenientes de estufa, autoclave, capela etc. |
Expurgos | Fluidos corporais eliminados por pacientes internados |
Caldeiras | Emissões gasosas de alta temperatura (água quente) |
Alguns exemplos de projetos/serviços aplicados na prática são:
- Gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde: Concepção e projeto do abrigo de resíduos (exceto estrutural), elaboração do PGRSS, implantação do projeto (incluindo levantamentos, alterações de layout, quando necessário), gerenciamento dos serviços, monitoramento dos indicadores, capacitação das equipes;
- Tratamento de efluentes: Dimensionamento e concepção do projeto, implantação da ETE, gerenciamento dos serviços, monitoramento dos indicadores, capacitação das equipes;
- Tratamento de água: Dimensionamento e concepção do projeto, implantação da ETA, gerenciamento dos serviços, monitoramento dos indicadores, capacitação das equipes;
- Emissões gasosas: Identificação das fontes, instalações e equipamentos que geram emissões gasosas, controle da geração das emissões.
- Contingência de riscos: No caso de acidentes ambientais (que envolva impacto a uma ou mais matrizes ambientais ou fontes naturais de energia), medidas de contenção, medidas e procedimentos de emergência e remediação.
- Licenciamento ambiental: Levantamentos, projetos, regularização e monitoramento.
- Saúde ambiental: Participação nos procedimentos estratégicos de prevenção de doenças de veiculação hídrica, infecciosas etc.
- Emissões de ruídos: Identificação das fontes de ruído excessivo, impactos ambientais a eles associados, instalações e equipamentos que geram ruído excessivo, controle e mitigação das emissões.
- Gestão estratégica: Orientação, a partir da visão holística, das interações entre os aspectos ambientais no ambiente hospitalar, subsidiando a tomada de decisão do gestor, interações entre as atividades prestadas e o meio ambiente, orientação na elaboração de editais, aquisição de equipamentos, fiscalização de serviços terceirizados.
Texto escrito por: Priscylla Lustosa Bezerra
Com certeza os resíduos de serviço de saúde é de fato preocupante quando não há um bom Plano de gerenciamento, e o mais importante quando não funciona na realidade, infelizmente existe a falta de responsabilidade das empresas que não atentam em colocar esse gerenciamento corretamente, e bem como uma fiscalização mais assídua.