Uma das grandes marcas do Congresso Nacional de Profissionais (CNP) é a perspectiva do Sistema em rever os rumos das profissões, além de alinhar condutas que correspondam às diretrizes de interesse público e também ao cotidiano das atividades profissionais. Em sua 10ª edição, o CNP apresentou resultados positivos em relação à renovação de participantes e a ampliação e atuação do número de mulheres no debate. Nesta edição, dos 510 participantes, 120 eram mulheres, que estiveram atuantes sejam como delegadas sejam como integrantes da mesa diretora dos grupos.
A renovação e a participação feminina no CNP podem ser representadas pelas engenheiras Dalila da Silva (22 anos), Vanessa Tres (27 anos) e Julia Laís Ribeiro (27 anos), que no decorrer dos três dias do CNP participaram como segunda relatora, vice-secretária e delegada, respectivamente. Conheça um pouco mais sobre a trajetória dessas mulheres que com suas ideias e posicionamentos contribuíram para oxigenar os debates do CNP e do Sistema Confea/Crea, consequentemente.
A engenharia civil baiana Dalila da Silva, recém-formada pela faculdade Dom Luiz de Orleans e Bragança, em Ribeira do Pombal (BA), conta que ao receber o registro do Crea, em abril deste ano, teve conhecimento sobre a etapa microrregional para o 10º Congresso Estadual de Profissionais (CEP), em sua cidade e resolveu participar. Dalila explica que então ficou sabendo do que se tratava o Congresso e todas as etapas que ele percorreria, toda sua estrutura e o quão importante ele é para a vida profissional. “Saber que o Sistema Confea/Crea, durante 10 edições, vem coletando ideias, propostas de profissionais de todos os cantos do país, em prol da melhoria de todo o Brasil, através da atuação de todas as engenharias, agronomia e geociências atuantes na sociedade, foi algo incrível, pois no tempo de discente não tinha dimensão de tais procedimentos. “, comenta a engenheira, que complementa: “Seguindo os protocolos do evento, fui eleita para representar a inspetoria de Ribeira do Pombal no 10º CEP, e assim, me sentindo muito privilegiada, também fui eleita para representar o meu amado estado no Congresso Nacional.” Ela relata que foram dias de imenso aprendizado, até porque foi eleita na mesa geral do CNP como segunda relatora, oportunidade que, segundo ela, foi um divisor de águas para sua carreira profissional.
Sobre a participação de jovens e mulheres, Dalila avalia como bastante significativa e algo que tende a crescer cada vez mais. “Em um Sistema onde ao longo do tempo, e ainda hoje, é composto em sua maioria por homens, ver mulheres atuando de forma tão brilhante, inovadora, é motivo de muita alegria. Além do intercâmbio entre os profissionais mais jovens e veteranos traz ganho, o jovem renova, traz em si o que é próprio da idade, a ousadia, a busca constante pelo novo e o desejo de, assim como os mais experientes, construir sua história e contribuir com o crescimento da sociedade”, declara.
Vanessa Tres, que é engenheira ambiental formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), conta que o estágio na Associação Paranaense dos Engenheiro Ambientais (Apeam), da qual se tornaria vice-secretária depois de formada, contribuiu para aproximá-la do Crea Paraná. A partir de então, surgiu a oportunidade de participar do Congresso Estadual de Profissionais (CEP), no estado, quando se candidatou à delegada sem mandato para a etapa Nacional.
Já em Palmas,a engenheira compôs a mesa diretora como vice-secretária do Grupo Amarelo. “Nunca havia ocupado um cargo de mesa e entender como funciona o trâmite para deliberação das propostas foi uma experiência engrandecedora. Tenho curiosidade em ocupar outros papéis como participante, relatora, secretária, enfim, vivenciar sob vários lados esse debate”, disse Vanessa. Sobre a participação feminina, Três acredita que cada vez mais mulheres buscam a engenharia e agronomia como profissão, mas é visível que são poucas que ocupam espaços de tomada de decisão e cargos representativos. “Então, se buscamos uma sociedade mais igualitária, com os mesmos direitos e deveres entre mulheres e homens, não seria diferente em momentos decisivos como o CNP, onde nós mulheres temos tanta capacidade quanto homens na discussão de estratégias da engenharia e agronomia para o desenvolvimento nacional”.
Julia Laís Ribeiro é engenheira sanitarista formada pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), no final de 2016. Ela relata que sua trajetória junto ao Sistema teve início com a participação em alguns eventos do Crea e, posteriormente, quando se uniram para a criação da Associação dos Engenheiros Ambientais e Sanitaristas, a qual ajudou na fundação, realizada no dia 31 de janeiro deste ano, e da qual integra a mesa diretora como primeira secretária.
Sobre sua participação no CNP, Julia destaca o ineditismo em participar, ouvir e ser ouvida não só dentro do grupo de trabalho, mas também nos intervalos e corredores com outros colegas de trabalhos de diversas áreas e regiões do Brasil. “Consegui enxergar onde estão as dificuldades e perceber que podemos nos unir para mudar aquilo que sabemos que na prática não funciona ou prejudica a classe. “, disse. Julia acredita que a participação feminina e da juventude no Sistema ainda não é a ideal, mas reconhece que existe um movimento para melhorar a representatividade. “Fico muito feliz em poder representar, não só as mulheres como também os jovens, e mostrar que é possível que nós também façamos parte das tomadas de decisão da nossa classe.”, comemora. Julia ressalta que participou do Grupo de Trabalho Verde em que duas das três pessoas que compunham a mesa diretora eram mulheres.
A partir desses relatos, a esperança é que em sua 11ª edição o CNP possa apresentar números ainda mais positivos sobre a participação feminina, que hoje está em 21%. Iniciativas como o Programa Mulher, lançado na 76ª Soea, tem como objetivo a elaboração de políticas atrativas para mulheres engenheiras, agrônomas e da área das geociências dentro das diversas entidades de classe e Conselhos Regionais, a fim de ampliar a participação feminina de forma protagonista em todas as esferas do sistema profissional.
Fonte: Equipe de Comunicação do Confea